Refugiados venezuelanos encontram ajuda e refeições

Voluntários do centro de distribuição do albergue Douglas oferecem comida para pessoas em Pamplona, Colômbia.

Por Cristal Montañez Baylor, coordenadora internacional do projeto Hope for Venezuelan Refugees e associada do Rotary E-club de Houston, Texas, Estados Unidos

É imensamente gratificante ver crianças, em meio a uma crise, sorrirem novamente compartilhando uma refeição. Seu coração é tocado enquanto você sente os pais ficarem menos tensos e vê expressões de esperança irradiar de seus rostos.

O artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece o acesso à comida como um direito humano fundamental. E o acesso à comida continua a ser um ponto focal da crise humanitária venezuelana.

Nós estamos na quinta fase do projeto “Hope for Venezuelan Refugees” (Esperança para os refugiados venezuelanos), que oferece refeições de sopa quente para os refugiados venezuelanos, migrantes e andarilhos (também conhecidos como “caminhantes”) na rota humanitária Cúcuta-Pamplona.

Todos os dias, milhares de “caminantes” entram na Colômbia por meio das “trochas”, que são trilhas improvisadas ao longo da fronteira entre a Colômbia e a Venezuela.

Essas trilhas se tornaram os únicos pontos de acesso entre os dois países para venezuelanos viajando a pé, que estão vulneráveis e expostos a uma variedade de perigos.

Êxodo de refugiados

Cerca de um em cada sete venezuelanos deixaram seu país de origem desde que a crise econômica começou, devido à hiperinflação, falta de empregos, criminalidade crescente, corrupção, e um salário mínimo de apenas US$ 2,40.

Com o bônus para comida do mês de maio, chega-se a um valor de US$ 3,50, o que é suficiente apenas para comprar um quilo de queijo e um litro de leite. Essa crise humanitária complexa está resultando no êxodo de refugiados mais significante da história da América Latina, ficando atrás apenas da Síria em migrações catastróficas de pessoas.

Os refugiados venezuelanos deixam tudo para trás, exceto os pertences que eles podem carregar em suas costas. Famílias inteiras andam pelas rodovias, sapatos desgastados pela caminhada, sem jaquetas ou proteção contra temperaturas congelantes à noite em áreas elevadas. A maioria tem fome, é pobre e precisa desesperadamente de ajuda.

Como rotariana, humanitária, e natural da Venezuela (agora morando em Houston, nos Estados Unidos), eu não poderia ignorar a situação em meu país de origem. Baseada no sucesso de um projeto anterior que oferecia refeições e suprimentos a crianças hospitalizadas na Venezuela, eu viajei para a Colômbia para avaliar a situação e encontrei com associados do Rotary Club de Cúcuta.

Nós criamos o “Hope for Venezuelan refugees”, trabalhando com o clube de Cúcuta, a organização Rise Against Hunger, voluntários, e organizações parceiras para oferecer refeições quentes para centros chave de distribuição de comida que servem os migrantes que passam pela rota humanitária em Cúcuta, além de abrigos temporários em Pamplona.

O primeiro contêiner cheio com as refeições da Rise Against Hunger chegou em dezembro de 2018, a e distribuição de refeições começou em janeiro de 2019. Mais de 46 toneladas de refeições fortificadas e 31 toneladas de produtos comprados localmente foram distribuídos para centros de distribuição de comida selecionados, abrigos, e comunidades extremamente pobres ou vulneráveis em Cúcuta e Pamplona durante as duas primeiras fases do projeto (janeiro de 2019 a janeiro de 2020).

Impacto da pandemia

Quando a pandemia de Covid-19 teve início em março de 2020, muitos abrigos tiveram que fechar por determinação do governo para prevenir a disseminação do vírus. No entanto, refugiados e “caminhantes” continuaram a fugir da Venezuela. Os coordenadores e voluntários dos abrigos e centros de distribuição de comida contataram a nós e a outras instituições para ajudar.

Especificamente, eles precisavam de comida embalada em embalagens descartáveis, assim como máscaras faciais para distribuir aos refugiados e migrantes. No início de abril, nós iniciamos a terceira fase de nosso projeto para atender à crescente insegurança alimentar que afetava a população migrante.

Por alguns meses durante a fase inicial da pandemia, o projeto “Hope for Venezuelan Refugees” foi o principal doador para centros de comida e abrigos na rota humanitária de Los Patios até El Alto de Pamplona.

Olhando adiante

Em setembro de 2020, a Rise Against Hunger se juntou aos nossos esforços contra a Covid-19 e nos permitiu aumentar nossas refeições quentes e distribuição de equipamentos de proteção individual (EPIs), pratos descartáveis, utensílios de plástico, estações portáteis de lavagem de mãos, máscaras faciais, produtos de limpeza e desinfetantes. Um total de 59 toneladas de comida foi distribuída até março de 2021.

Atualmente, nosso time fez parcerias com diversas outras organizações incluindo o United4Change Center, o Rotary Action Group for Refugees, Forced Displacement, and Migration, o Rotary Club de Washington Global, e o Rotary Fellowship for Global Development (em formação) para apoiar uma quinta fase de nosso projeto. Estamos oferecendo a centros de distribuição de comida e abrigos selecionados todo o necessário para preparar e distribuir refeições de sopas à população migrante. Cada refeição de sopa contém:

  • Uma tigela de sopa nutritiva de frango e vegetais
  • Uma arepa (pão de milho tradicional da Venezuela)
  • Uma xícara quente de aguapanela (tradicional bebida colombiana feita com cana de açúcar)

Como você pode ajudar

Como rotarianos, não podemos ficar olhando parados para tamanha tragédia humana. Visite nossa página para saber mais sobre a crise de refugiados, as organizações com as quais trabalhamos e para apoiar nossos esforços para oferecer aos refugiados venezuelanos, migrantes, e “caminhantes” esperança e o direito humano fundamental à comida. Nós não podemos fazer isso sozinhos!

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