Rotary: projeto ajuda a detectar câncer de mama no Ceará

Por Aurea Santos, estrategista sênior de Conteúdo e Relações Públicas no escritório do Rotary International no Brasil

Aos 41 anos, Ana Paula Cavalcante faz um acompanhamento constante de alguns nódulos que foram detectados em seu seio. Ela chegou em 2023 ao Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (GEEON), em Fortaleza, encaminhada por um posto de saúde. “Quando cheguei aqui, me encaminharam para a mamografia. Em uma mama, apareceu uma suspeita e o médico indicou uma biópsia”, conta. A rapidez para fazer a mamografia, exame essencial para o diagnóstico de câncer de mama, se dá graças a um projeto do Rotary Club de Fortaleza – Edson Queiroz, que doou um mamógrafo para o centro de saúde, onde são atendidas gratuitamente centenas de mulheres por ano na capital cearense.

Aparelho doado pelo Rotary faz mil mamografias por mês na capital cearense

“Faço acompanhamento porque não tenho paz se não souber que estou bem”, destaca Ana Paula. “Essa alteração só sai (é diagnosticada) na mamografia, não sai no ultrassom. Por isso, hoje estou aqui para fazer a biópsia”, explica a paciente.

O caso de Ana Paula ilustra a importância da mamografia para a saúde feminina. O exame é recomendado a todas as mulheres a partir dos 40 anos. Luiz Gonzaga Porto, cirurgião-mastologista e coordenador do GEEON, explica que mais de 90% das mortes causadas por câncer de mama são evitáveis se a doença for diagnosticada em seu estágio inicial.

Foi a importância da prevenção que levou o médico a ter contato com o Rotary Club de Fortaleza – Edson Queiroz. Convidado pela então presidente Lourdes Maria Senna para dar uma palestra no clube em 2019 sobre a prevenção do câncer de mama, Porto falou aos associados sobre a necessidade do GEEON de ter um novo aparelho de mamografia, já que o aparelho que o centro tinha poderia parar de funcionar a qualquer momento.

“Esse mamógrafo faz mil mamografias por mês. Aqui é o serviço mais completo de mamografia do estado”, afirma Porto, destacando a importância do aparelho doado pelo clube de Fortaleza. Segundo o médico, são diagnosticados de 150 a 180 novos casos de câncer de mama no GEEON a cada ano.

“A nossa doação veio a calhar porque a demanda é grande”, aponta Lourdes. “É gratificante ver aquelas pessoas, que na maioria são pessoas carentes, que precisam tanto, e não tinham muitas oportunidades de fazer uma mamografia tão rápido quanto lá no GEEON”, destaca a rotariana.

O novo mamógrafo chegou ao GEEON em outubro de 2021 graças a um investimento de R$ 230 mil, que contou com aportes do Rotary Club de Fortaleza – Edson Queiroz, de outros clubes do Ceará, Maranhão e Piauí, de Rotary Clubs da Índia e da Fundação Rotária.

Responsável pelo GEEON, Porto lembra ainda que há fatores importantes que podem aumentar ou reduzir os riscos de uma mulher ter câncer de mama. “Caminhadas de 30 minutos, cinco vezes por semana, diminuem em 30% a incidência de câncer de mama. Já as dietas calóricas são um fator de risco e mulheres sem filho têm maior risco de ter a doença”, explica o médico.

O cirurgião lembra ainda que a mamografia detecta tumores que não conseguem ser sentidos pelas mulheres ao fazerem o autoexame. Por isso, é extremamente importante realizar a mamografia após a idade indicada. “O Ceará é o estado brasileiro com maior incidência de mulheres abaixo de 50 anos com câncer de mama”, diz Porto.

A importância da prevenção a essa doença é tamanha que o Rotary não é a única organização internacional que apoia o GEEON. O espaço físico no qual o centro funciona é cedido pelo Lions Clubs International. Essa união para prevenir e tratar o câncer de mama tem ajudado muitas mulheres, como a dona Antônia.

Antônia da Silva Rocha, de 63 anos, fez seis meses de quimioterapia e radioterapia para tratar um câncer de mama. Chegou ao GEEON para fazer o acompanhamento pós-mastectomia. Tendo sido diagnosticada devido à realização da mamografia, ela reforça a necessidade do exame.

“Esse é o exame mais adequado para a gente fazer para ter o câncer descoberto”, afirma. Seu diagnóstico veio durante a pandemia, quando o câncer já estava em um estágio avançado. Mesmo assim, foi possível tratar e, agora, ela já deve marcar uma nova mamografia para verificar o andamento de sua recuperação.

Para Ana Paula, a paciente que abriu essa matéria, o sentimento que fica pelo projeto do Rotary no GEEON é de gratidão. “Quero agradecer em nome de todas as mulheres esse trabalho de vocês. Hoje, duas mulheres tocaram o sino”, destaca. O sino a que ela se refere fica na sala de espera do centro de saúde e é tocado a cada vez que uma paciente é considerada curada do câncer de mama.

Uma resposta em “Rotary: projeto ajuda a detectar câncer de mama no Ceará

  1. Parabéns a toda a família rotaria que se preocupa e faz a diferença onde sofrem os necessitados, excluídos, carentes. Enquanto tiver gente preocupada no servir, as autoridades destes locais deveriam ter vergonha dos salários que recebem, pagos por toda a população.

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