O Rotary está comprometido com a saúde de mães e filhos

Por Azka Asif, Departamento de Programas do Rotary

Todas as pessoas deveriam ter direito à saúde e à assistência médica, contudo, a discriminação de gênero impede o exercício pleno deste direito. As mulheres são mais suscetíveis a doenças e menos prováveis de conseguir assistência médica, por razões diversas como falta de recursos financeiros ou por convenções sociais que as obrigam a permanecer dentro de casa.*

Com projetos focados na saúde materno-infantil, os rotarianos estão comprometidos a alcançar a terceira meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Milênio: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

Anualmente, pelo menos sete milhões de crianças menores de cinco anos morrem por causas derivadas de doenças, desnutrição, sistema de saúde ineficaz e saneamento precário. Para reduzir este número, os rotarianos conduzem campanhas de vacinação e fornecem antibióticos para bebês, aumentam o acesso a serviços médicos essenciais e dão suporte a profissionais da área de ginecologia e obstetrícia. Quase 80% dos óbitos maternos podem ser prevenidos por meio da saúde reprodutiva e com o cuidado dispensado por profissionais treinados. Os projetos rotários propiciam educação, imunizações, kits de parto, clínicas móveis e apoio geral.

Em abril, Mês da Saúde Materno-Infantil no calendário rotário, celebramos o nosso compromisso com o bem-estar de mães e filhos no mundo inteiro. Veja alguns exemplos de projetos:

  • O Rotary Club de Metro East Taytay, nas Filipinas, formou parceria com profissionais da área médica para fornecer assistência gratuita a mais de 100 mulheres de baixa renda.
  • Na Nigéria, o Rotary Club de Port Harcourt GRA forneceu tratamento gratuito a mães e filhos provenientes de mais de 120 famílias. Eles foram diagnosticados e tratados, e nos casos mais graves, enviados a hospitais para fazerem mais exames e passarem por tratamentos específicos.
  • Todo ano, o Rotaract Club de Kampala realiza o projeto comunitário Salve uma Mãe, Salve um Filho. Este ano, o projeto fornecerá orientação a gestantes, exame do câncer cervical, serviços para espaçamento entre as gestações, testes e aconselhamento referentes a HIV/aids.
  • Com 91% das mulheres dando à luz em casa, o Haiti tem a taxa mais alta de mortalidade materno-infantil do Ocidente. Os rotarianos viabilizaram um jipe totalmente equipado para prestar cuidados médicos em qualquer lugar do país, com capacidade para 12 voluntários. Assista ao vídeo abaixo sobre este projeto.

No mês de abril, incentivamos os rotarianos a visitarem o blog para encontrar dicas, recursos e historias de sucesso para ajudar no planejamento de projetos na área de enfoque saúde materno-infantil. Participe da conversa deixando comentários no blog e conte como o seu clube apoia iniciativas na área de enfoque recursos hídricos e saneamento pelo Rotary Showcase.

*[www.unwomen.org]

Salvando recém-nascidos na Etiópia

Dra. Karin Davies, Rotary Club de Del Mar, EUA

•Dra. Karin Davies (segunda a partir da esquerda) e Dra. Bromberger (segunda a partir da direita) com participantes do treinamento

• Dra. Karin Davies (segunda a partir da esquerda) e Dra. Bromberger (segunda a partir da direita) com participantes do treinamento

Durante uma recente visita à Etiópia, senti uma conexão muito forte com o belo país e seu povo extraordinário. Como sou pediatra aposentada, descobri uma oportunidade para usar meus conhecimentos médicos no combate ao alto índice de mortalidade neonatal da nação.

Junto com minha colega neonatologista Pat Bromberger, especialista no ensino do Programa de Reanimação Neonatal (PRN) em comunidades de baixa renda, e pelo rotariano Dr. Zemene Tigabu e seus colegas da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade de Gondar, na Etiópia, criamos uma equipe de formação profissional. O objetivo era desenvolver um programa de treinamento de reanimação neonatal para o currículo da faculdade.

Tive o privilégio de liderar a equipe, formada pela Dra. Pat Bromberger, Elisa Imonte (enfermeira de UTI neonatal), Emilie Jean (terapeuta respiratória) e Fary Moini (enfermeira e rotariana coordenadora de logísticas).

Instrutores recém-treinados

Instrutores recém-treinados

Durante as duas semanas em que estivemos na faculdade, nossa equipe deu o curso a 17 profissionais da área médica (como pediatras, obstetras, clínicos gerais, parteiras e enfermeiros), capacitando-os a se tornarem instrutores em reanimação neonatal. O PRN é patrocinado pelo Rotary Club de Del Mar com o apoio de outros clubes, distritos e um subsídio da Fundação Rotária.

Nossa equipe orientou os grupos, formados por quatro instrutores cada, para que dessem sua primeira aula do PRN aos seus colegas. Os novos instrutores treinaram 67 profissionais atuantes em todas as áreas relacionadas aos cuidados com recém-nascidos. Ao todo, 84 pessoas foram treinadas (16 pediatras, três clínicos gerais, 23 obstetras, 20 parteiras e 23 enfermeiros).

Rotariana Karin Davies apresenta um cenário clínico

Rotariana Karin Davies apresenta um cenário clínico

Os instrutores e estudantes ficaram muito entusiasmados com o treinamento. Mais dez pessoas chegaram de surpresa para a última sessão depois de ouvirem sobre o sucesso do programa. Na Etiópia, a maior parte do treinamento médico se baseia em palestras. Eles conhecem a teoria muito bem, mas as chances de praticarem suas habilidades clínicas com o uso de equipamento são raras. Os instrutores enfatizaram a importância da prática e os estudantes demonstraram confiança em suas habilidades de reanimar bebês recém-nascidos como resultado direto do treinamento.

Dra. Bromberger, diretora do curso, demonstra técnicas de reanimação

Dra. Bromberger, diretora do curso, demonstra técnicas de reanimação

Graças à Fundação Rotária e aos nossos parceiros no Rotary, os instrutores do PRN de Gondar agora têm o equipamento, os materiais educacionais e o apoio para continuarem este programa e garantirem o ensino a outros profissionais da área médica e estudantes. Alcançamos nossa meta de criar um programa de treinamento autossustentável na faculdade. Nossos instrutores são agora os especialistas locais.

Em outubro de 2015, nossa equipe planeja voltar ao país para mais um curso, desta vez sobre cuidados após a reanimação neonatal.

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Rotary Clubs do Brasil salvam vidas de recém-nascidos

Por John Wahlund, gerente, áreas de enfoque saúde materno-infantil e prevenção e tratamento de doenças

Eu perguntei a uma mãe qual era o nome do seu filho e ela disse que era Felipe, ao que mencionei que um grande amigo meu, brasileiro por sinal, também se chamava Felipe. Ela me deu um abraço apertado e um beijo no rosto, agradecendo a mim e a todos os rotarianos por ter salvo a vida do seu filhinho.

John Wahlund e um bebê prematuro na UTI do Hospital São Francisco de Assis, que agora conta com equipamento de neonatal de ponta.

John Wahlund e um bebê prematuro na UTI do Hospital São Francisco de Assis, que agora conta com equipamento de neonatal de ponta.

Esta conversa aconteceu durante uma das três avaliações do Visão de Futuro na área de enfoque saúde materno-infantil que eu fiz em São Paulo, Brasil. Os rotarianos locais estavam trabalhando em parceria com hospitais renomados desta cidade dinâmica, que serve de casa para mais de 12 milhões de pessoas.

O Hospital São Francisco de Assis foi o destino dos fundos de um Subsídio Global que ajudou a dobrar a capacidade da Unidade de Terapia Intensiva e o número de incubadoras, possibilitando o tratamento de um número maior de recém-nascidos em estado crítico de saúde. As 22 incubadoras estavam em uso durante minha visita e o projeto como um todo, que envolveu campanhas televisivas dirigidas a jovens e gestantes, me tocou profundamente. Foi indescritível o que senti ao ver os bebês prematuros tendo chances reais de sobrevivência graças à intervenção da nossa organização e de nossos parceiros.

John Wahlund com o rotariano Remo Batagglia (contador para o projeto), responsável pelo Hospital São Francisco de Assis.

John Wahlund com o rotariano Remo Batagglia (contador para o projeto), responsável pelo Hospital São Francisco de Assis.

A Santa Casa de Misericórdia, um dos grandes centros de saúde pública da metrópole, fica no coração da cidade. Construída nos anos 1500, a Santa Casa é referência em tratamento e ensino, servindo às populações carentes com dedicação e profissionalismo. Com o Subsídio Global e equiparações na proporção 3:1 de parceiros, os rotarianos abriram o primeiro banco de leite deste hospital para atender aos recém-nascidos que inspiram maiores cuidados. Tive o privilégio de presenciar os rotarianos e seus parceiros doando uma van equipada para coleta e entrega de leite humano, que servirá também a três outros hospitais da rede pública. Os sorrisos das mães traduziam a imensa gratidão que sentiam.

Mães com seus filhos. O tratamento recebido pelos bebês é feito com equipamento doado por Rotary Clubs locais.

Mães com seus filhos. O tratamento recebido pelos bebês é feito com equipamento doado por Rotary Clubs locais.

Também visitei o Hospital e Maternidade Amador Aguiar, em Osasco, na Grande São Paulo, onde assisti a uma apresentação espetacular para jovens mães sobre como cuidar de sua saúde e a de seus filhos. Este é o único hospital público do gênero nesta região e atende a mais de 800.000 pessoas. Graças ao Subsídio Global, o estabelecimento agora tem uma sala altamente equipada para coleta de leite, que fornece o máximo em termos de conforto e higiene, uma prova para todos de que os rotarianos sabem o que fazem e merecem todo o respeito.

Tive o prazer de ser ciceroneado por rotarianos maravilhosos e seus parceiros de projeto. O meu sincero agradecimento vai para todos eles, por terem me mostrado a beleza do seu trabalho na área da saúde, em especial para:

  • John Wahlund e o rotariano Remo Batagglia, com a enfermeira chefe da UTI do Hospital São Francisco de Assis.

    John Wahlund e o rotariano Remo Batagglia, com a enfermeira chefe da UTI do Hospital São Francisco de Assis.

    Os rotarianos Valter Maike, Antonia Abdullah e Remo Battaglia, do Rotary Club de São Paulo-Sudeste (projeto do Hospital São Francisco de Assis)

  • Os rotarianos Murilo Norcia e Pedro Jose Manfrin, do Rotary Club da Barra Funda; Yoiti Fujwara, do Rotary Club de São Paulo-Aeroporto; e Emira Maria Aranha Gazel, do Rotary Club de São Paulo-Pacaembu (projeto da Santa Casa Misericórdia)
  • Os rotarianos Dra. Simone Cristina Gomes Silveira, Teresinha Pinto, Daniel e Orlando Fanale (projeto Hospital e Maternidade Amador Aguiar)
  • Minha incansável intérprete e amiga, Fernanda Christina de Oliveira Leme
  • O time competente e amigo de funcionários do nosso escritório em São Paulo

Fotos gentilmente cedidas pelo rotariano Valter Maike.