Nota do editor — Em setembro de 2020, o Rotary formou a Força-tarefa de Diversidade, Equidade e Inclusão (D.E.I.) para avaliar onde a organização se encontra em relação a esses assuntos e, ao mesmo tempo, elaborar um plano de ação abrangente para nos guiar e fazer com que valorizemos e vivenciemos esses princípios no Rotary. Este é o segundo de uma série de blogs que faremos com os membros da força-tarefa sobre a importância desses assuntos.

Valarie Wafer, do Rotary Club de Collingwood-South Georgian Bay, no Canadá, preside a Força-Tarefa de D.E.I. e é a vice-presidente do Rotary International em 2021-22. Ela foi líder de treinamento do RI, integrante da Comissão Anfitriã da Convenção de 2018 em Toronto, coordenadora regional assistente da Fundação Rotária e representante do presidente do RI. Leia as respostas dela às nossas perguntas sobre o assunto. (Ler biografia.)

Como franqueada da rede Tim Horton, o seu restaurante ganhou notoriedade pela forma como era administrado, seguindo práticas inclusivas de contratação. Você foi visionária no sentido de perceber como as empresas e organizações ganham vantagem competitiva quando priorizam a inclusão. Quais benefícios no longo prazo uma organização como o Rotary terá ao incutir mais D.E.I. na sua cultura e modus operandi?

Fomos reconhecidos por contratar pessoas com deficiências de todos os tipos para várias funções, desde a linha de frente até a gerência. Construímos uma cultura de inclusão por meio do diálogo com cada funcionário para garantir que tivessem as ferramentas necessárias para o sucesso. Muitos dos nossos clientes afirmaram ser frequentadores habituais do nosso estabelecimento por representarmos bem a comunidade. Eu comparo o Rotary a uma rede de franquia. Cada franqueado opera em um lugar distinto e, embora as principais ofertas de produtos em cada um desses locais sigam os mesmos ditames da marca corporativa, eles têm nuances próprias para se adaptar ao público da área. O mesmo vale para os nossos clubes. A nossa é uma marca sólida e conhecida, porém, a cultura e experiência no Rotary podem ser diferentes em dois clubes da mesma cidade. Representar o local em que estamos inseridos é bom para o nosso ramo de atuação, pois quando a pessoa entra no clube, se sente valorizada e sabe que pode ser autêntica, e é mais provável que fique conosco.

Quais são algumas características que organizações com uma forte e duradoura cultura de D.E.I. têm em comum? E o que o Rotary pode aprender com elas?

Elas têm como foco a atração, retenção e engajamento do seu público, o que, em última análise, conduz aos ganhos e lucros. As práticas seguidas por tais organizações geridas por líderes comprometidos pesam mais do que as suas normas administrativas. Não basta apenas ficar no campo da retórica; as palavras devem ser colocadas em prática. A cultura de D.E.I. permite que as pessoas ousem arriscar e cometer erros, sem sofrer punições. Isso é muito bom, pois traz inovação e energia renovada. Uma empresa com este tipo de cultura tem mais chance de atrair e manter talentos. 

Vale dizer que atração, retenção e engajamento são prioridades máximas para o Rotary. A Declaração de Diversidade, Equidade e Inclusão, adotada pelo Conselho Diretor do RI em 2019 reflete a opinião dos nossos associados. Rotarianos e rotaractianos do mundo inteiro indicaram que querem que o Rotary tome medidas significativas, que vão além do âmbito de diversidade, equidade e inclusão. Com isto em mente, a força-tarefa surgiu e foi incumbida de criar um plano contínuo para impulsionar ações significativas e mudanças mensuráveis. É emocionante ver nossos clubes e distritos assumirem a liderança na criação de comissões para tratar questões de diversidade, equidade e inclusão, orientando seus associados e conectando pessoas atualmente não representadas. Este é um trabalho em andamento, e precisamos sempre ouvir o que as pessoas, e em especial os nossos associados, têm a dizer.

A nossa organização está presente em muitos países, atuando em diferentes culturas, fazendo com que sejamos diversificados geográfica e culturalmente. Por que então é importante para o Rotary ser inclusivo?

A diversidade por si só não é suficiente para determinar que uma organização é inclusiva. Nem todos são necessariamente bem-vindos ou têm espaço para serem eles mesmos e apresentar suas perspectivas e opiniões. A diretoria do RI aprovou a recomendação da força-tarefa para ampliar nossa declaração anterior de D.E.I., englobando nossa intenção de olhar e compreender nosso público interno e externo. Ao expandirmos a declaração de 2019, renovamos nosso compromisso com o assunto e reconhecemos que, historicamente, pessoas de certos grupos têm enfrentado barreiras. Nós queremos que nossos parceiros avancem em termos de equidade e que, juntos, possamos celebrar nossas diferenças. A integridade e sinceridade expressadas na declaração: “Estamos comprometidos a sermos honestos e transparentes sobre onde nos encontramos na jornada rumo à diversidade, equidade e inclusão, e a continuarmos aprendendo e melhorando” – dizem tudo sobre nosso papel e compromisso.

Como nossos clubes podem proporcionar esse ambiente inclusivo?

Sabemos que o foco na diversidade difere de um lugar para outro. E esta é uma das razões pelas quais a força-tarefa contratou uma consultoria externa para realizar nossa pesquisa de D.E.I. com grupos focais e entrevistas. Era de extrema importância entendermos quem somos hoje para colhermos resultados mensuráveis no futuro. A força-tarefa agora explorará alguns temas fundamentais para criar normas, materiais e treinamentos, bem como dar apoio às comunidades ao redor do mundo para que proporcionem ambientes mais inclusivos. Temos muito trabalho pela frente e, para termos êxito, precisamos ouvir e apoiar todos os nossos associados e participantes