
Ella Phillips Lacey. 1° de junho de 2019, Hamburgo, Alemanha.
Ella Phillips Lacey, associada do Rotary Club de Carbondale, Illinois, EUA, conforme relato concedido a Jenny Llakmani. Fotos: Monika Lozinska
“Fui professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Southern Illinois durante 22 anos. Meu doutorado é em educação em saúde. No final de 1994, me aposentei e entrei para o Peace Corps. Foi uma grande transição para mim. Acho que é uma grande oportunidade para pessoas que estão aposentadas. Quando se trabalha em culturas tão diferentes da sua, como a de Malauí era da minha, é ótimo já ter vivido um pouco e ter algumas experiências de vida. Às vezes, quando deixamos a área acadêmica pela primeira vez, achamos que já sabemos tudo o que precisamos saber.
O Malawi é um país onde as pessoas são calorosas e amigáveis, mas também foi um país que a ONU classificou como 2º ou 3º mais pobre do mundo. Todos os dias você sabia que você estava ajudando. Era uma questão de enxergar com o que você poderia contribuir. Ajudou muito eu ser uma voluntária mais velha e com bastante experiência de vida e na área de educação.
O povo malauiano tem um grande respeito pelos mais velhos, mas isso às vezes atrapalhava. Comemorei o meu 55º aniversário no meu primeiro dia em solo africano. Na cabeça deles, eu deveria estar na “minha aldeia natal”, cuidando dos meus netos, e não tão longe de casa. Frequentemente eu tinha de provar para eles que eu era capaz, nas atividades físicas mais do que qualquer outra coisa, no caso de termos uma grande caminhada pela frente ou algo pesado para carregar. Mas eles nunca questionaram as minhas decisões; eles confiavam em mim.
Depois do Peace Corps, fui agente de vigilância da pólio durante anos, trabalhando com o Unicef e a Organização Mundial da Saúde. A única maneira de encontrar a pólio é detectar o vírus selvagem nas fezes. Muitos profissionais médicos não confiaram nesse sistema, pois não foi assim que aprenderam medicina. Meu papel era educá-los sobre isso e sobre o sistema de relatórios. Os funcionários da área de saúde muitas vezes se sentiam à vontade dizendo: “oh, não temos pólio, então não precisamos preencher um relatório”. Você tem que fazer com que eles verifiquem as coisas que precisam verificar de forma consistente. Parece simples, mas é muito importante.
Entrei para o Rotary em 1999. Fui selecionada para um intercâmbio em Veracruz, no México, e fui a 23 reuniões de clube em 30 dias. Depois disso, já estava apaixonada pelo Rotary. Estive em quase todas as convenções, desde a de Chicago. Você se envolve, conhece pessoas e renova as energias.”
Nota do editor: Ella Phillips Lacey recebeu o prêmio Dar de Si Antes de Pensar em Si em 2008-09.