Nancy Hoffman, funcionária do Rotary International

A primeira vez em que vacinei uma criança contra a pólio foi em uma rua movimentada nos arredores da rodoviária de Moradabad, na Índia. Naquele domingo extremamente quente, as ruas estavam entupidas de ônibus, carros, motos, rickshaws, bicicletas e carroças.

Nosso trabalho era procurar crianças que aparentavam ter menos de cinco anos de idade. Embora os rotarianos locais servissem como nossos intérpretes, a maioria dos pais já sabia porque estávamos lá. Alguns mostravam o dedinho pintado de roxo dos seus filhos para indicar que já tinham sido vacinados, enquanto outros seguravam as crianças no colo para que recebessem as gotinhas milagrosas.

Eu trabalho na Sede Mundial do Rotary e sempre imaginei que minha primeira experiência vacinando uma criança contra a pólio seria um momento mágico em que o mundo pararia — assim como nas imagens que sempre via em publicações e materiais rotários. Mas as crianças estavam inquietas, as ruas eram barulhentas e todos pareciam estar com pressa para chegar a algum lugar. Trabalhamos rapidamente e o dia passou voando…

Na manhã seguinte, fomos de porta em porta procurando crianças que não haviam sido vacinadas na véspera. Muitas delas eram bebês que tinham ficado em casa com suas mães. O cenário do nosso trabalho mudou completamente. No meio da sala, sob o olhar cauteloso da mãe, as palavras se fizeram desnecessárias quando eu pinguei as gotas salvadoras na boca do seu filho. O significado daquele momento tocou meu coração de maneira inesquecível.

É difícil acreditar que apenas seis meses tenham se passado desde então. Lembrando da loucura que foi o primeiro dia e da tranquilidade do segundo, fico impressionada com os desafios que vencemos para possibilitar que a Índia se livrasse da pólio. Os rotarianos tiveram a visão de um mundo sem poliomielite e estão transformando este sonho em realidade. Depois de ter participado de um Dia Nacional de Imunização, passei a me orgulhar ainda mais de fazer parte desta organização extraordinária!

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